Desilusão no Deserto


ROMANCE CONTEMPORÂNEO



Presa a uma vida de restrições e regras, a princesa Leila de Qurhah se sente como uma marionete nas mãos de seu irmão, o sultão.

Ela está desesperada para conquistar sua liberdade, e apenas um homem possui a chave capaz destrancar a gaiola de ouro…
Ao chegar no deserto de Qurhah, a última coisa que o magnata da publicidade Gabe Steel esperava encontrar em seu quarto era uma bela estranha exigindo um emprego.
Encantado com a inocência de sua beleza inebriante, Gabe não sabe que Leila é oriunda da realeza, nem o quanto terá que sacrificar por não resistir à tentação!

Capítulo Um

Gabe Steel estava nu quando ouviu uma batida à porta. Pegou a toalha e fez uma careta. Queria paz. Não, ele precisava de paz. Tinha ido para aquela cidade estranha por diversas razões, mas nenhuma delas incluía ser perturbado quando acabara de sair do banho. Pensou na luz da primavera fria que deixara para trás, na Inglaterra. No jeito que aquilo ainda podia apertar seu coração com dor nesta época do ano. Pensou em como a culpa nunca o abandonava, independentemente do quanto tentasse enterrá-la. Se arranhasse a superfície, era sempre possível trazer à tona coisas que não queria. Motivo pelo qual ele não arranhava. Nunca. Mas, às vezes, não é possível escapar, por mais que se tente. Um membro da sua equipe não enviara alguém mais cedo, perguntando se Gabe gostaria de algum arranjo especial para seu aniversário? Ele se perguntara como as pessoas ali sabiam que era seu aniversário... até que percebeu que elas tinham visto seu passaporte quando ele fizera o check-in, no dia anterior. Gabe ficou imóvel e escutou. A batida à porta parara, e tudo estava silencioso novamente. Começou a enxugar uma das coxas quando o som voltou, mais urgente, desta vez. Em qualquer outra hora, e em qualquer outro lugar, ele teria ignorado o chamado indesejado e continuado com o que estava fazendo. Mas reconhecia que essas não eram circunstâncias normais. Nunca tinha sido hóspede de um membro de uma família real. Correção, o chefe de uma família real. Nunca trabalhara para um sultão, um homem que reinava um dos países mais ricos do mundo, e que já mostrara a Gabe uma quantidade generosa de hospitalidade. E talvez fosse isso que estivesse começando a irritá-lo, porque ele não gostava de receber muita atenção de ninguém. Praguejando baixinho, Gabe enrolou a toalha ao redor dos quadris e atravessou um quarto tão grande que a caminhada poderia quase ser qualificada como um exercício físico. Ele ficara hospedado em lugares incríveis, e o próprio apartamento em Londres era maravilhoso. Mas tinha de admitir que essa suíte de cobertura no hotel mais fino de Qurhah levava o luxo para um nível inteiramente novo. As batidas continuaram, um som baixo e persistente que ele achou impossível ignorar. Impaciente, abriu a porta e encontrou uma mulher parada ali. Ou melhor, uma mulher fazendo o possível para não parecer uma mulher. Alta e magra, o corpo estava totalmente coberto, e as feições, sombreadas. Ela carregava uma pasta e usava uma capa de chuva sobre uma calça jeans, com um chapéu com a aba abaixada sobre o rosto. A aparência era tão andrógena que ela quase podia ter sido confundida com um homem Mas Gabe conseguia sentir o aroma de uma mulher num quarto escuro, mesmo se ela não estivesse usando perfume. Era especialista no que dizia respeito ao sexo oposto, mesmo que sua especialidade não fosse mais longe do que no aspecto físico.

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