Os Segredos De Um Homem Poderoso


ROMANCE CONTEMPORÂNEO








Na cova do leão.

Salvatore Castellano é assombrado pelo acidente que apagou sua memória.
Sua jovem filha é a única luz no breu de sua existência, e ele fará qualquer coisa para protegê-la... mesmo que isso signifique abrigar sob seu teto uma mulher tentadora.
Darcey Rivers não consegue recusar a proposta de Salvatore.
Desempregada e fugindo das lembranças de seu recente divórcio, passar um tempo no imponente castelo Torre d'Aquila talvez seja exatamente o que ela precisa.
Entretanto, quanto mais Darcey se aproxima de Salvatore, tornam-se maiores as chances de seus segredos serem revelados!

Capítulo Um

— Tem um homem aqui para vê-la.
Darcey ergueu o olhar, surpresa por sua secretária, normalmente imperturbável, parecer agitada.
— Diz que se chama Salvatore Castellano — continuou Sue. — Recebeu a indicação de James Forbes e quer agendar terapia para a filha.
— Mas James sabe que a unidade está fechando.
Darcey estava confusa. James Forbes era o chefe do programa de implante coclear pediátrico do hospital, e ficara revoltado com os cortes financeiros que afetaram a unidade de fonoaudiologia.
Sue deu de ombros.
— Expliquei isso, mas o Sr. Castellano insiste em falar com você. Acho que está acostumado a conseguir o que quer — acrescentou em tom de conspiração. — Ele é bem mediterrâneo. Moreno e intenso. Sei que não deveria dizer, estou casada com Brian há 24 anos, mas ele é bem gostoso.
Exigia vê-la. As sobrancelhas de Darcey se arquearam, mas tinha que admitir que ficara curiosa para ver o homem que havia mexido com os hormônios de Sue.
Felizmente, ela não teria problemas com isso. Não queria saber de homens gostosos. Estava perfeitamente feliz com os comuns e seguros, talvez até desinteressantes, mas, definitivamente, nem um pouco exibicionistas. Não como seu ex-marido.
Olhou pela janela e notou um sedã preto estacionado ao lado de seu carro. O contrato dela com o departamento de saúde terminara, e Darcey não precisava receber Salvatore Castellano. Só havia uma casa vazia esperando por ela e um jantar solitário, isso se resolvesse cozinhar.
— Melhor pedir que entre.
Sue voltou para o corredor, e Darcey, para a tarefa de esvaziar as gavetas. Os armários dos arquivos já estavam vazios, só faltava retirar das paredes os diplomas com suas qualificações: bacharel em ciências (com louvor), mestrado em fonoaudiologia e diploma de habilidades clínicas para fonoaudiólogos para trabalhar com surdos.
Era uma pena que ser uma especialista em seu campo não fora o bastante para salvar seu emprego, pensou com pesar.
O orçamento do departamento de saúde de Londres fora cortado, e ela, demitida. Perder o emprego a forçou a pensar no futuro e reconhecer a necessidades de resolver o passado.
A decisão de dar um tempo durante o verão era essencial para planejar sua carreira. Mas, principalmente, esperava esquecer o divórcio e superar as traições do ex-marido de uma vez por todas.
O olhar caiu sobre a placa na mesa. Tornara-se Darcey Rivers quando se casou com Marcus, e manteve o nome depois do divórcio, porque estava relutante em voltar ao nome de solteira e à fama que vinha com ele.
Foi humilhante demais descobrir que Marcus casara-se com ela porque esperava fazer parte da família Hart, famosa no mundo teatral e capaz de impulsionar sua carreira.
Infelizmente, estava tão apaixonada, tão impressionada com seu charme, que aceitou o pedido quatro meses depois de se conhecerem
Darcey foi até a janela e pegou uma planta no peitoril. Herdara a samambaia dois anos antes, ao assumir o posto de fonoaudióloga sênior. Estava quase morta, e Sue se oferecera para jogá-la fora. Mas Darcey gostava de um desafio e cuidou da planta, que vicejou e tinha agora suas folhas verdes e brilhantes.
— Não se preocupe, vou levar você comigo.
Ela havia lido que as plantas respondiam se alguém conversasse com elas, e suas palavras de incentivo pareciam ter funcionado.
A porta do escritório abriu-se de novo, ela se virou e viu Sue conduzindo um homem para a sala. A luz do sol penetrava pela janela e dançava sobre suas feições vigorosas. O primeiro pensamento de Darcey foi que ele não era nada parecido com Marcus. Tampouco era comum, e, definitivamente, não era inofensivo. Agora entendia por que Sue dissera que era gostoso.
Ele parecia pertencer a outro século, quando os cavaleiros lutavam em batalhas sangrentas e resgatavam donzelas em perigo. Chocada pelos excessos de sua imaginação, Darcey forçou-se a estudá-lo com objetividade, mas a imagem de um rei antigo ainda permanecia em sua mente.
Talvez, fosse a combinação perigosamente sexy de camiseta e jeans pretos e jaqueta de couro que enfatizava a largura dos ombros. Sua altura era igualmente impressionante; o topo de sua cabeça roçava na estrutura da porta, e ela estimava que tivesse mais de 1,80m O coração de Darcey deu um pulo quando o olhou no rosto. Não tinha uma beleza convencional como Marcus. Não era um garoto bonito. Era um homem bem masculino: feições duras, maxilar quadrado, nariz forte e olhos escuros e penetrantes sob sobrancelhas grossas.
Os olhos não revelavam seus pensamentos e sua boca era uma linha que parecia raramente sorrir. O cabelo era grosso e quase preto, caindo nos ombros. Darcey achava que pouco cuidava da aparência e não freqüentava o barbeiro.
Ela o olhava consciente da sensação na boca do estômago. O sentimento era completamente sexual e inesperado.
Sentia-se morta por dentro desde que descobrira que Marcus estava dormindo com uma modelo glamorosa com seios pneumáticos.
O desejo que a percorria, agora, era tão intenso que a fez prender a respiração. Sentia o poder da psique formidável do estranho e, pela primeira vez, reconhecia a diferença básica entre um homem e uma mulher, a força masculina e a fraqueza feminina.
Percebeu, de repente, que estava prendendo a respiração e relaxou. Ela se recompôs e sorriu educadamente.
— Sr. Castellano? Como posso ajudá-lo?
Ele olhou para a placa na mesa dela e franziu a testa.
— Você é Darcey Rivers?
Falou com forte sotaque. Italiano, deduziu Darcey. Havia uma arrogância nele que a deixou na defensiva.
— Eu mesma — disse com frieza.
Ele parecia impressionado.
— Esperava alguém mais velho.


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