Nem mesmo nas histórias que escreve Chelsea imagina tanta sensualidade, tanta paixão!
David Winter parece ser tão perfeito quanto os heróis, que Chelsea descreve em seus romances. É forte, bonito, sensual. Mas, apesar de apaixonada, ela hesita em se entregar a ele totalmente, temendo que a realidade possa destruir a intensidade desse desejo. Adivinhando suas dúvidas, David, se aproxima, acariciando-a ternamente, como se realizasse um ritual, como se jamais tivesse se permitido experimentar tamanho prazer e emoção. — Quem disse que não podemos nos amar como nas suas histórias, Chelsea? Sei o que espera de mim, e não desistirei nunca de me aproximar do seu ideal masculino, de tentar torná-la feliz, realizada, completa... Capítulo Um
Chelsea Lattimer olhou para a amiga, Geórgia, tentando lembrar-se de como era ela oito meses atrás, antes de engravidar. No entanto, ficava praticamente impossível rever a antiga Geórgia estando diante da atual, com uns vinte e cinco quilos a mais e um olhar diferente, maternal, que a transformava numa outra mulher. — Por que está me olhando desse jeito, Chelsea? Não estou propondo nada de extraordinário, apenas acho que você iria gostar de conhecer David Winter. Ele é adorável. — Geórgia, gosto muito de você, mas sabe que fica bastante chata quando tenta me arranjar um namorado? Além do mais, não vejo por que isso lhe parece tão importante... — Não gosto de ver você sozinha, colocando toda sua energia no trabalho, Chels. — Ora, eu adoro meu trabalho. E não estou tão desesperada que precise de uma amiga bancando o cupido, Geórgia. Por falar nisso, onde está o Elliot? Hoje não era o seu dia de folga? — Teve de ir para o hospital. Parece que houve uma emergência e o médico de plantão pediu a ajuda dele. Geórgia ajeitou-se no sofá, enquanto servia à amiga mais uma taça de vinho branco. — E como vão os romances? — perguntou, admirando o corpo esguio e ágil de Chelsea, que estava sentada sobre o espesso tapete da sala, com as pernas cruzadas e os pés descalços. Gostava daquele seu jeito descontraído e irreverente, mas às vezes preferiria que não fosse tão sistemática. Chelsea era, afinal, uma mulher sensível e inteligente, mas também uma menina travessa e um pouco autoritária. — Já mandei o esboço do próximo livro ao editor ontem e preciso fazer um pouco de pesquisa em medicina e história antes de começar a escrever. A propósito, diga a Elliot que o personagem principal é um médico e, se ele for bonzinho, eu o farei à sua imagem e semelhança. — Ele vai adorar. Agora, antes que você se isole do mundo real novamente, vamos encontrar-lhe um namorado legal. — Você é mesmo persistente, não, Geórgia? Sabe, ser solteira não é tão ruim quanto imagina. Aliás, você deveria se lembrar, pois também já foi solteira um dia... Geórgia ignorou o comentário, prosseguindo: — Por acaso tem algo contra namorar médicos? — Oh, não. Não vai me dizer que aliciou Elliot para essa brincadeira de cupido? — Chelsea gemeu, escondendo o rosto numa almofada. — Por que não vem jantar aqui na sexta-feira, Chels? Considere isso como parte da sua pesquisa. Talvez você nem precise usar Elliot como modelo, já que David também é um médico, e dos bons.