TODAY’S SOUND: MARISA BERENSON POR ARTHUR MENDES ROCHA

Para começar nossos posts sobre algumas mulheres que foram ícones de estilo, iniciaremos com a estonteante Marisa Berenson.

Marisa nasceu em berço esplêndido, já que sua mãe era a condessa Maria Luisa Yvonne Radha de Wendt de Kerlor e sua avó materna era ninguém menos que Elsa Schiaparelli, a genial estilista que trouxe o surrealismo para a moda.

Além disso, seu pai era diplomata e executivo naval, frequentando os mais badalados eventos sociais nos EUA e Europa e o casal era amigo de pessoas como Greta Garbo, Audrey Hepburn, Dirk Bogarde, entre outros.

Marisa começou sua carreira como modelo nos anos 60, fotografando para alguns dos nomes mais famosos da época como Richard Avedon, Irving Penn, Henry Clark, David Bailey, entre outros.

Nesta fase como modelo, ela chegou a ser uma das mais bem pagas, já que seu rosto exótico, sempre realçado com enormes cílios postiços e seu tipo esguio estampavam capas de revistas e campanhas publicitárias.

Ela se tornou um modelo de beleza e elegância nos anos 70.

Marisa chegou a ser uma das favoritas de Diana Vreeland, a toda-poderosa editora da Harper’s Bazaar e depois da Vogue America, para as quais fez diversas capas.

Ela virou a “toast of the town”, convidada para as melhores festas e acontecimentos, além de se tornar amiga de socialites, atrizes, estilistas e muito mais. Uma de suas companhias era o barão David René de Rotschild e também o ator Helmut Berger (com o qual está na capa abaixo).

Um de seus grandes admiradores era Yves Saint Laurent, que a elegeu ‘the girl of the seventies” (a garota dos anos 70)e a revista Newsweek a colocou em sua capa em 1973 com a chamada “Queen of the scene” (rainha da cena).

Não demorou muito para que ela fosse descoberta pelo cinema e estreasse nas telonas em 1971, sob a orientação de Luchino Visconti, o aristocrático cineasta italiano que a utilizou no filme “Death in Venice” (Morte em Veneza).

Apesar do pequeno papel, ela chamou a atenção de Bob Fosse, o diretor e coreógrafo americano que a convidou para participar de “Cabaret” (Cabaré), no segundo papel feminino de destaque ao lado de Liza Minelli, Joel Grey e Michael York.

O filme está sendo relançado este ano e houve agora a reunião dos astros originais, 41 anos depois (foto abaixo) para uma sessão especial (foto abaixo):

‘Cabaret” acabou se tornando um grande sucesso e indicado para dez Oscars, vencendo três, além de indicações para o Globo de Ouro, no qual Marisa foi indicada nas categorias Melhor atriz coajuvante e melhor revelação.

Ela andava muito com Andy Warhol, que adorava desfilar ao lado de celebridades e as colocar na capa de sua revista, a Interview.

Em seu próximo filme, ela consegue um papel ainda de maior destaque, como Lady Lyndon, a esposa de “Barry Lyndon”, no magnífico filme de Kubrick, onde ela desfila em magistrais vestidos e perucas enormes, além da iluminação natural de velas (exigência de Kubrick em muitas cenas), destacando ainda mais sua bela figura.

Com este papel, ela finalmente tem o reconhecimento da crítica que elogia seu desempenho, além de ganhar a capa da Time.

Marisa foi casada duas vezes, uma com James Randall em um badalado casamento em Beverly Hills e com a qual teve a filha, Starlite; e a outra com o advogado Aaron Richard Golub, do qual se divorciou no final dos anos 80.

Ela tem feito menos aparições no cinema e TV, a mais recente foi o filme “I am love”, no qual ela faz o papel de sogra de Tilda Swinton (com ela na foto do lançamento do filme em Veneza).

Em 2001, ela perdeu sua irmã, a modelo e fotógrafa Berry Berenson (que foi casada com Anthony Perkins), que estava em um dos aviões que se chocou com uma das torres do World Trade Center.

Mesmo assim, seu estilo, classe e elegância continua tendo a admiração de fotógrafos como Steven Meisel (com ela na foto abaixo), que a considera uma das inspirações para as supermodels (que ele ajudou a criar).

Recentemente, sua vida virou livro com “A life in pictures”, publicado pela Rizzolli e com fotos extraordinárias de sua trajetória na moda e no Jet set internacional.

Ano passado, ela participou com Jerry Hall e Pat Cleveland da campanha da M.A.C. em homenagem a Antonio Lopez, o famoso ilustrador de moda dos anos 70, do qual ela era uma de suas musas.

Seu estilo é referência fundamental para os apreciadores da moda e estética e sempre servirá de inspiração para estilistas como Tom Ford, que a convidou para desfilar para sua marca.

Segundo Marisa, hoje em dia as pessoas não celebram a elegância e sim a vulgaridade e falta nelas um estilo próprio, coisa que ela soube fazer muito bem durante todos estes anos: criar um estilo único e celebrado.

  • Love
  • Save
    Add a blog to Bloglovin’
    Enter the full blog address (e.g. https://www.fashionsquad.com)
    We're working on your request. This will take just a minute...