Anita Silvestre

Quando a auto-estima tem causas imaginárias – o que fazer?



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Auto-estima. O que é isto, afinal? Ao que parece, é a soma da confiança e do respeito que temos por nós mesmas. Quando as quantidades são pequeninas de cada uma, a soma não dá lá grande coisa. Esta conta reflete o juízo implícito que cada um faz da sua capacidade para enfrentar os desafios da vida e reclamar o seu direito de ser feliz, ou seja, respeitar e defender os seus interesses e necessidades. Com quanta energia é que reclamam esse vosso direito de serem felizes? Toda e mais alguma? Ou acham que nem têm esse direito?
Se pretendem atingir um perfeito estado de auto-estima, no qual estão sempre lá em cima - quando são perfeitas e tudo está excelente - digo-vos já que não vai acontecer. Esqueçam lá isso. Há dias e dias e os nossos níveis de auto-estima vão variando. O ideal é conseguir manter um equilíbrio entre a euforia total e a fossa profunda. Para quem é bastante temperamental, não é fácil. Mas é possível. A verdadeira auto-estima surge, não quando se é excelente, mas quando nos sentimos como tal.

A baixa auto-estima pode ser originada por várias causas. Ter uma deficiência física que nos faça sentir diferente dos outros ou que nos torne alvo de olhares e comentários pode ser uma delas. Herança genética – sim, quando os nossos pais também não foram favorecidos com uma elevada auto-estima, adoptamos essas características, por sermos iguaizinhos a eles ou por aculturação. Quando somos alvo de críticas ou, por outro lado, muito protegidos enquanto crescemos, isso também pode afetar imenso a maneira como nos vemos. E há ainda as causas imaginárias que podem decorrer de algum destes fatores já enumerados.

E em que consistem as causas imaginárias? São aquelas que, basicamente, eu vejo todos os dias com as minhas clientes. E vocês também, de certeza. Estão a ver aquelas mulheres muito bonitas, interessantes, inteligentes, lutadoras que vocês olham e admiram? São essas mesmas mulheres que passam grande parte do seu tempo a queixarem-se do quão gordas estão, da barriga saliente, das ancas largas, dos braços qualquer coisa, etc.. Isto porque estão sempre em constante comparação – com a amiga, a atriz preferida, a modelo da revista ou o ideal que construíram já nem se sabe como nem quando. Estas mulheres são vocês também, certo? Ah, já sei, não são bonitas, nem interessantes, inteligentes e blá blá blá. Pois, causas imaginárias. É que vocês começam-me a falar nas coxas e nos joelhos e eu chego à conclusão de que preciso de um oftalmologista urgentemente. Na grande maioria ou totalidade das vezes em que me começam a debitar os defeitos, eu não vejo nada do que me estão a descrever. E quando vos digo isso, também noto que estão a achar que eu estou maluca. Ou de óculos ou do Júlio de Matos, de um dos dois estou a precisar de certeza.

Mas como hoje estou num dia bom de níveis de auto-estima, acho que eu é que tenho razão e que vocês é que estão a ver tudo mal. E como eu tenho sempre razão, ficamo-nos por aqui. As repetidas comparações que fazemos – já acho que faz parte da condições feminina – cria em nós este frequente sentimento de inferioridade. Como resolvê-lo? Não há poções mágicas. Vocês já têm as qualidades necessárias e mais do que suficientes para desfrutarem de uma sensação de elevada auto-estima numa base diária: só têm que ter consciência delas, convencerem-se dos vossos inúmeros atributos e deixarem-se de comparações. Por amor de Deus. Façam as pazes convosco e sejam felizes.

(Post originalmente publicado no blog Dieta das Princesas.)

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