Corações Ousados


ROMANCE CONTEMPORÂNEO
O ex-agente Dalton achou que sua vida tivesse chegado ao fim

quando uma gangue de contrabandistas o largou à beira da morte. Retornando ao seu rancho no Wyoming, ele se preparou para levar uma vida calma e pacata.
Até Merissa bater à sua porta. Ela sabia muito bem que era considerada a “esquisita” da cidade devido ao seu dom de prever o futuro.
E Merissa teve uma visão com Dalton em perigo. Mas ele não é o único. A segurança de Merissa também está ameaçada...

Capítulo Um
Era uma das piores nevascas na história da Fazenda Real em Catelow, Wyoming. Dalton Kirk olhou pela janela e fez uma careta enquanto os flocos pareciam crescer de tamanho a cada minuto. Era meio de dezembro. Geralmente, um tempo como este vinha mais tarde. Ele tirou seu celular do bolso e ligou para Darby Hanes, seu capataz.
— Darby, como estão as coisas por aí?
— O gado está parcialmente afundado na neve — replicou Darby, a voz falhando com a estática —, mas nós temos comida por enquanto. Está ficando difícil alcançá-los, todavia.
— Eu espero que isso não dure muito tempo — disse ele, com pesar.
— Eu também, mas nós precisamos tanto da neve para o suprimento de água na primavera que não estou reclamando. — Darby riu.
— Cuide-se aí.
— Claro. Obrigado, chefe. Ele desligou. Detestava as tempestades, mas Darby estava certo sobre a necessidade desesperadora deles por neve. A seca do verão tinha dificultado a vida dos fazendeiros do Oeste e do Centro-Oeste. Ele apenas esperava que eles fossem capazes de alimentar o gado. Numa emergência, é claro, agências estaduais e federais ajudariam com transporte aéreo de sacos de feno para os animais.
Dalton foi para a sala de estar e ligou a televisão no canal de História. Era melhor se ocupar, em vez de se preocupar tanto, pensou com divertimento. Mavie, a governanta, franziu o cenho quando pensou ter ouvido alguma coisa perto da porta dos fundos. Estava guardando a louça na cozinha, nervosa porque a tempestade parecia estar piorando. Curiosa, todavia, ela foi espiar através das cortinas brancas, e arfou ao ver um rosto oval pálido, com grandes olhos verdes encarando-a de volta.
— Merissa? — perguntou ela, chocada. Então abriu a porta. Lá, numa capa vermelha com capuz, quase coberta de neve, estava uma vizinha. Merissa Baker vivia com a mãe, Clara, num chalé no bosque. Elas eram as pessoas da região consideradas “peculiares”. Clara podia curar queimaduras e verrugas com palavras mágicas.
Ela conhecia todo tipo de ervas para doenças, e diziam que ela possuía a “clarividência”, também, que podia ver o futuro. Boatos indicavam que a filha tinha as mesmas habilidades, apenas aumentadas.
Ela lembrava que, quando Merissa estivera na escola, as colegas de classe costumavam evitá-la e castigá-la tanto que sua mãe a tirara da escola por causa dos problemas de estômago constantes da filha. O sistema de ensino enviara um profissional à casa de Merissa com as lições de classe e para ver o currículo escolar da garota. Ela se formara com a classe, com notas que envergonhava a maioria deles.



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