O Hobbit (J. R. R. Tolkien)

No final de 2014, fui ao cinema com amigos pra ver o último filme da trilogia O Hobbit. Durante a sessão, deixei de lado o incômodo por terem feito três filmes a partir de um livro tão curto (e acrescentando elementos que, pra mim, enfraqueceram a história) e curti cada minuto.

Poucos dias depois, peguei emprestada com a Mel essa edição histórica de O Hobbit que vocês estão vendo nas fotos. Mal me lembrava da história original (que li há mais de dez anos), e a trilogia de filmes só aumentou meu interesse em revisitar a saga do Bilbo.

Um dos elementos que mais se destacam em O Hobbit é o estilo de fábula: enquanto lê, você sente como se o autor estivesse na sua frente, contando uma história para divertir, fazer pensar, sentir medo e alívio… cada coisa no momento certo.

A maneira como os personagens, cenários e situações são descritos ajudam a envolver o leitor, e os pequenos “vacilos” da narração (há trechos em que o narrador confessa que não se lembra de certos detalhes da história) dão ao livro um sabor ainda mais especial.

Pra quem ficou curioso, o enredo é simples: é a história de Bilbo Bolseiro, um hobbit (coloquei nos Aperitivos o trecho que explica o que é um hobbit) que ajuda um grupo de anões a recuperar um tesouro que foi roubado há muito tempo. Na jornada, eles passam por todo tipo de aperto, como fome, sede, aprisionamento e brigas com orcs, aranhas gigantes e elfos da floresta.

De todas as edições de O Hobbit (muitas lançadas nos últimos anos por causa dos filmes), essa foi a que achei mais bonita. Capa dura, papel de qualidade, belas ilustrações (feitas pelo próprio Tolkien) e ótima diagramação fazem justiça à original, publicada há mais de 75 anos. Tiveram um cuidado especial com a tradução, chamando especialistas para garantir que tudo ficasse nos trinques.

O Hobbit conseguiu me prender do começo ao fim – apesar de alguns trechos cansativos, e de uma ou outra música bobinha –, e acho que tem potencial pra agradar leitores de praticamente todas as idades. O tom meio infantil talvez deixe algumas pessoas incomodadas, mas não aparece o tempo todo, então é fácil passar por ele sem se incomodar demais.

Em tempo: nesse ano, pretendo rever os três filmes, e escrever resenhas/gravar vídeos sobre eles, além de compará-los com o livro. Aguardem!

ISBN 9788578276300 Editora WFM Martins Fontes Nota 5/5 Páginas 299

Aperitivos

“A mãe desse nosso hobbit – o que é um hobbit? Imagino que os hobbits requeiram alguma descrição hoje em dia, uma vez que se tornaram raros e esquivos diante das Pessoas Grandes, como eles nos chamam. Eles são (ou eram) um povo pequeno, com cerca de metade da nossa altura, e menores que os anões barbados. Os hobbits não têm barba. Não possuem nenhum ou quase nenhum poder mágico, com exceção daquele tipo corriqueiro de mágica que os ajuda a desaparecer silenciosa e rapidamente quando pessoas grandes e estúpidas como vocês e eu se aproximam de modo desajeitado, fazendo barulho como um bando de elefantes, que eles podem ouvir a mais de uma milha de distância. Eles têm a tendência a serem gordos no abdome; vestem-se com cores vivas (principalmente verde e amarelo), não usam sapatos porque seus pés já têm uma sola natural semelhante a couro, e também pelos espessos e castanhos parecidos com os cabelos da cabeça (que são encaracolados); têm dedos morenos, longos e ágeis, rostos amigáveis, e dão gargalhadas profundas e deliciosas (especialmente depois de jantarem, o que fazem duas vezes por dia, quando podem). Agora vocês sabem o suficiente para continuarmos.”

(p. 2)

“Um pouco antes da hora do chá, um tremendo toque soou na campainha da porta da frente, e então ele se lembrou! Apressou-se e colocou a chaleira no fogo, pôs na mesa outra xícara e outro pires, um ou dois pedaços de bolo a mais, e correu para a porta.
– Desculpe por fazê-lo esperar! – ia dizer, quando viu que não era realmente Gandalf. Era um anão com uma barba azul enfiada num cinto de ouro, e olhos muito brilhantes sob seu capuz verde escuro. Assim que Bilbo abriu, ele se enfiou porta adentro, como se fosse esperado.”

(p. 7)

“E foi isto o que viu:

Três pessoas muito altas sentadas em volta de uma fogueira muito grande de troncos e faia. Estavam assando pedaços de carneiro em longos espetos de madeira e lambendo o caldo dos dedos. Havia um cheiro agradável, de comida saborosa. Também havia um barril de boa bebida por perto, e eles estavam bebendo em canecas. Mas eram trolls. Obviamente eram trolls. Até Bilbo, apesar de sua vida pacata, podia perceber isso: pelas grandes caras pesadas, pelo tamanho pelo formato de suas pernas, para não falar no linguajar, que estava longe de ser adequado em uma sala de visitas, muito longe:
– Carneiro ontem, carneiro hoje e raios me partam se não vai ser carneiro amanhã de novo – disse um dos trolls.”

(p. 33)

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