Se o Pulha não te der um pouco de motivação, quem o fará?
Uma amiga minha estava-me a contar o que vai oferecer ao afilhado, Afonso, por ser o dia da criança.
Ela - Um peixinho.
Eu - Isso é fixe, pá. (sobretudo naqueles dias em que uma pessoa chega a casa cansada, e não teve tempo de descongelar nada para o jantar ... não sei se me estou a fazer entender)
Ela - Rigorosamente, vou oferecer um aquário com um peixinho. Vou comprar hoje quando sair do trabalho.
Eu - Vais precisar de comprar também bomba de ar e filtro.
Ela - "bomba de ar"? "filtro"? Mas isso não estava previsto.
Eu - Pois mas olha que é fundamental. Senão o peixinho não vai chegar vivo ao final da semana ...
Ela - (a reflectir baixinho) ... pois, eu já estava à espera que não durasse muito nas mãos do meu afilhado ... mas apenas até ao fim da semana também é muito pouco.
Eu - Vê pela positiva. Estás a ensinar-lhe o fenómeno da morte. Também é importante. Fica já despachado. Ainda antes de fazer perguntas sobre as cegonhas que vêm de Paris. (Se depois passar meses a dormir com luz acesa são outros quinhentos ...)
Ela - Parvo!
Eu - Porque é que não passas pela peixaria e ofereces apenas um robalo? uma dourada? "Olha, Afonso, a madrinha este ano trouxe-te algo muito diferente, que nenhum dos teus amigos da escola tem".
Ela - (suspiro) Não sei porque é que te conto estas coisas.
Eu - E podes aproveitar e pedes logo para escalar.
Ela - Estou tão cansada. Acho que lhe vou oferecer apenas uma tartaruga.