Volta ao lar
Desde as cadeias de montanhas até as salas de reunião, eles mantêm tudo sob controle — menos o coração.
Um grande dilema...
Caleb, a ovelha negra da família Terrell, volta ao Colorado para receber uma herança inesperada. Mas isso não quer dizer que o ex-cowboy e agora CEO ficara por muito tempo. Seu plano e vender o rancho da família e retornar a sua vida normal... Ate reencontrar Mandy Jacobs, a linda vizinha da casa ao lado. Estar perto dela trazia memorias de uma epoca mais feliz. Embora nao houvesse espaço em sua vida para esse tipo de distraçao, ignora-la era impossível. E uma vez rendido a paixao, nao podera voltar atrás.
Capítulo Um
A poeira se espalhou sob os mocassins de Caleb Terrell quando ele se aproximou dos degraus da entrada de sua antiga casa, procurando o irmão, que o desprezara durante longos dez anos.
Havia uma cópia do testamento do falecido pai em sua pasta e um milhão de dúvidas perturbadoras em sua mente. A Companhia de Gado Terrell não mudara muito. A casa de dois andares feita de tijolos fora mantida com bastante cuidado, e o ar montanhês do norte do Colorado ainda continha o mesmo cheiro familiar.
As solas dos sapatos de Caleb tocaram a madeira lisa da ampla varanda da frente da residência, e, por um breve momento, ele desejou ter parado em Lyndon e vestido jeans e botas.
Mas deixou aquele impulso de lado. Era um empresário agora, não um cowboy. E a última coisa que ele queria era se sentir em casa.
Seu irmão, Reed, não ficaria nem um pouco feliz por vê-lo, mas momentos extraordinários exigiam ações extraordinárias. Reed simplesmente teria que aceitar aquilo.
Por um instante, Caleb pensou em entrar sem avisar. Afinal, ele era dono daquele lugar, e Reed vinha evitando seus telefonemas fazia mais de uma semana. Para ser justo, Caleb não tentava falar com seu irmão gêmeo fazia dez anos. Por outro lado, Reed também não o procurara.
Agora, porém, o pai deles morrera. Caleb não teria posto os pés no rancho dos Terrell em nenhuma outra circunstância. Provavelmente, teria levado um tiro se tivesse tentado. O que tornava o conteúdo daquele testamento ainda mais desconcertante.
Caleb bateu três vezes na porta.
Nos momentos de silêncio que se seguiram, ele olhou à volta, refrescando a memória e se preparando para a conversa que logo começaria.
O celeiro principal estava recém-pintado de verde-escuro. O estábulo, em formato quadrado, continuava muito bem conservado; o cercado reto pintado de branco reluzia sob o sol da tarde. Caleb sabia que cada ângulo era de exatamente noventa graus e que as estacas tinham um espaçamento de exatamente 1,80m.
Além do pátio, o gado black angus pontilhava as pastagens entre alamedas de pinheiros. E os picos nevados das Rochosas se erguiam no céu enevoado. Caleb piscou para a cegante luz do sol, concentrando a atenção em um ponto mais próximo.
Havia meia dúzia de picapes estacionada diante dos galpões de equipamentos. O maquinário agrícola estava recém-lavado, e algumas galinhas ciscavam o chão. Num dos cercados, um cavalo preto relinchava, correndo antes de parar diante da cerca, as narinas bufando de irritação.
Caleb não reconheceu o animal. O que não era surpresa. Embora tivesse havido uma época em que ele conhecera pelo nome os mais de cinquenta cavalos dos Terrell.
Respirou fundo de novo, sentindo, desta vez, o forte cheiro de esterco. Sua espinha ficou rígida com a lembrança do volátil temperamento de seu pai. Sim, quase tudo permanecera igual por ali, e ele não queria revisitar coisa alguma.
Assim que resolvesse aquela confusão com relação à herança, voltaria para sua sede corporativa em Chicago.
Adeus, Colorado.
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