Uma entrevista com o casal LE+GUI, nome revelação da fotografia de moda

Le Cechetto e Gui Amaral, ambos de Florianópolis, se conheceram em 2004 e não imaginavam que um dia trabalhariam em conjunto – e com moda, diga-se de passagem – sob o nome de LE GUI. Naquela época os dois ainda nem sabiam ao certo qual caminho profissional seguir. Quando o momento de prestar vestibular chegou, Letícia acabou optando por cursar a faculdade de design gráfico, já Gui foi para o design de produto.

Foi na universidade que Gui descobriu a sua paixão por fotografia. E aí não teve jeito. Ele largou a 6a fase do curso de Design de Produto no IFSC para se tornar fotógrafo de moda. E a Le o acompanhou, só que como stylist. Os dois, após notarem que se sentiam desconfortáveis em assinar o trabalho de forma individual, já que pensavam em conjunto no conceito de cada ensaio, criaram o LE GUI em novembro de 2013.

Le Cechetto e Gui Amaral

Atualmente o LE GUI possui 8 ensaios de moda publicados em seu portfólio virtual. E é unânime entre a equipe do We Fashion You: são todos lindos! As cores, o tratamento de imagens, os cenários e a produção de moda são impecáveis. É por tudo isso que entramos em contato com a dupla para uma entrevista mais do que especial que esclarece um pouco do que é trabalhar com produção e fotografia de moda e conta curiosidades dos processos criativos do LE GUI.

WFY: Como surgiu a ideia de montar o LE GUI?
LE GUI: Com o tempo buscamos amadurecer nossos conceitos para fotografia de moda. Realizamos alguns trabalhos para marcas novas e blogs, mas sem muita experiência. Até o nosso primeiro trabalho autoral, “Metric”, no final de 2013, onde finalmente conseguimos sentir que nossos gostos estavam projetados dentro das imagens. Com este trabalho conseguimos nossa primeira publicação no DesignScene.net. Nos créditos ainda tínhamos separado os nomes como Fotografia – Gui Amaral e Styling – Le Cechetto. Isso nos incomodou um pouco, porque trabalhamos na criação de todo o conceito juntos. Todo o processo de produção, execução e pós-produção também é executado em conjunto. Então nada foi mais natural do que assinarmos o trabalho como dupla.

WFY: O primeiro trabalho que vocês desenvolveram como LE GUI já de cara saiu no site Vogue.it. O que isso gerou para vocês?
L G: Acompanhávamos o trabalho de uma fotógrafa italiana, e vimos que ela tinha algumas publicações no site da Vogue.it. Ficamos curiosos e procuramos saber como funcionava, e assim descobrimos a Photovogue, que é um espaço aberto ao público para que possam enviar até 2 fotografias por dia que podem ser aprovadas pelos editores da Vogue para fazer parte de seu portfólio pessoal. A repercussão dessas publicações foi ótima, pois apesar de termos pouco material em nosso portfólio, acabamos recebendo maior credibilidade por termos sido aprovados dentro dessa curadoria.

WFY: Hoje o LE GUI tem 8 ensaios publicados. A partir destes trabalhos já é possível notar uma forte identidade estética. Como vocês a definiriam?
L G: Como nosso trabalho é muito recente, acreditamos que esta identidade ainda é algo inconsciente. Não paramos para analisar os elementos em comum entre os trabalhos. Quando iniciamos um novo projeto, tentamos nos desprender dos conceitos passados, mas sempre existem gostos pessoais que acabam se repetindo. Todas as decisões técnicas relacionadas com a produção do trabalho são tomadas de acordo com o conceito que desenvolvemos, e também tem uma relação muito forte com as referências que sempre nos alimentam. Por isso não temos nenhuma regra para escolha de cor, luz, direção, edição… Tudo depende do escopo.

WFY: Acontece de muitos clientes já procurarem os serviços de produção e fotografia de moda tendo uma ideia fechada do que querem para a campanha de suas marcas. Como geralmente acontece a escolha do conceito das fotos, da locação e da produção de moda, junto com o cliente?
L G: Quando trabalhamos para algum cliente, tentamos chegar a um consenso do que é melhor para ele e para nós. Acreditamos que se um cliente nos escolhe para representar sua ideia, é porque se identifica com as características que empregamos em nosso trabalho. Tentamos sempre participar com o cliente das decisões principais do trabalho, como escolha de locação, referências de beleza, escolha dos modelos, e referências fotográficas, para que as ideias estejam de acordo antes do ensaio.

WFY: Vocês acreditam que é preciso negar certos trabalhos para não trair a identidade do LE GUI? Vocês já passaram por isso?
L G:
Sim. Algumas vezes é preciso negar para não prejudicar o cliente e nem a nossa imagem. Certa vez um cliente definiu locação e modelo que não aprovamos. Explicamos para o cliente que estas decisões iriam prejudicar o trabalho, mas resolveram manter a escolha. Neste momento preferimos ser íntegros ao que acreditávamos, e recusamos a proposta.

WFY: Sabemos que o backstage de uma produção de moda pode não ser nenhum pouco glamouroso. E por isso é preciso ter uma equipe bem selecionada para que o trabalho flua e não ocorram atritos. O que vocês prezam na hora de escolher a equipe que trabalha com vocês?
L G: Escolhemos nossa equipe por afinidade e qualidade do trabalho. Para nós é muito importante que exista uma conexão positiva entre toda a equipe, e que todos estejam bem focados em suas funções, para que o trabalho se desenvolva de uma forma tranquila.

WFY: Notamos que a maquiadora Vanessa Neto trabalha bastante com vocês. Ela também já maquiou vários de nossos ensaios exclusivos.
L G: A Vane além de uma excelente profissional é uma grande amiga, e sempre nos apoiou mesmo quando não tínhamos trabalho algum. Ficamos bem gratos de poder trabalhar com ela.

WFY: Agora, uma pergunta um pouco mais íntima. Como tem sido a experiência de levar o trabalho para “dentro de casa”?
L G: A grande vantagem de trabalharmos juntos é que existe um olhar duplo sobre cada aspecto do trabalho, e estamos sempre discutindo tudo. Nossa vida pessoal se mistura com a profissional, e como gostamos muito da companhia um do outro fica mais fácil. Raras são as vezes que nossas opiniões não batem, mas sempre conseguimos chegar a um acordo.

WFY: Para finalizar, contem pra gente onde vocês enxergam o LE GUI no futuro.
L G: Não sabemos ao certo que rumos iremos seguir. Estamos no início de nossa carreira, abraçando todas as oportunidades que aparecem. Só queremos continuar colocando nossas ideias em prática, e superar todas as dificuldades e desafios que ainda estão por vir.

Foto de Metric, primeiro ensaio que o casal assinou como LE GUI

Foto do ensaio Young Folks

Foto do ensaio Fluorescent Adolescent

O LE GUI assinou a campanha da coleção B-Moon, da marca Cycleland, que publicamos aqui no We Fashion You na última segunda-feira, e além de conferir esta matéria e o portfólio virtual, você pode acompanhar a dupla pela página do facebook.

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