Recuperação do varejo no Brasil deve acontecer só no 2º semestre de 2015



O comércio paulista apresentará uma leve recuperação de 1,2% em suas vendas reais em 2015. Velhos fantasmas como a inflação e elevada taxa de juro farão com que o primeiro semestre venha lento ao setor. Mudanças poderão vir, mas tudo dependerá de como o governo contornará a atual conjuntura econômica.

“Tanto o consumidor quanto o empresário do varejo se programam baseados em expectativas. Se o governo sinalizar mudanças no crescimento da economia, as vendas podem aumentar no segundo semestre”, afirmou ao DCI o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Guilherme Dietze. O especialista afirmou também que, o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy (que ainda não assumiu o cargo), será o responsável em fazer com que o empresário brasileiro e o consumidor retomem a fé na economia. “Se o governo não conseguir elevar o ânimo, e isso é feito com investimentos, teremos mais um ano desafiador pela frente”, argumentou ele.

Como o governo precisará de caixa para fazer investimentos, Dietze acredita que as medidas de fomento ao consumo não virão tão cedo. “Eles não vão abrir mão do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). Se houver algum estimulo ele virá no segundo semestre e não chegará perto do que foi feito nos últimos anos.”

A leve recuperação de 1,2% – na comparação com a queda de 1,6% que o setor terá no fechamento deste ano – não é motivo para comemoração. “Se continuarmos com a inflação deteriorando a renda como temos visto ao longo deste ano, a recuperação do varejo pode demorar mais a vir”, explicou o especialista.

Desempenho

Assim como neste ano, os segmentos automotivo e de eletroeletrônicos serão os que mais irão registrar queda nas vendas com o primeiro semestre fraco, já que estão diretamente relacionados à concessão de crédito. “No ano passado o cenário era de alto índice de inadimplência. Já esse ano temos queda nas famílias endividadas, pois contrataram menos crédito. Isso significa que o consumidor está mais preocupado com as suas finanças na comparação com os anos anteriores.”

Na contramão do baixo desempenho do estado de São Paulo, no Rio Grande do Sul a projeção é que o comércio varejista encerre o ano com alta de 2,5%, como apontou o Relatório Econômico da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS).

Segundo a instituição, o período mais crítico para o setor na região aconteceu entre os meses de junho e agosto, devido à realização da Copa do Mundo no País.

Ao projetar um cenário econômico positivo para o comércio gaúcho no próximo ano, o otimismo da Federação está associado ao baixo nível de desemprego na região. De acordo com a FCDL-RS, a perspectiva é que o consumo cresça entre 1,5% e 2,8% nas vendas.

Categorias

De acordo com o presidente da instituição no Sul, Vitor Augusto Koch, entre os setores que apresentaram maior crescimento entre janeiro e setembro deste ano, destaque para a categoria de serviços que apresentou alta de 1,9% no estado, contra 0,4% na média nacional. O pior desempenho ficou com o segmento industrial que registrou queda de 3,9%, ante retração de 1,62% do País.

Outros setores como artigos de uso pessoal e doméstico, que incluem itens como brinquedos, joias e acessórios para o lar, foram os que mais cresceram em volume de vendas no estado, com alta de 8,33%, no período. Já os combustíveis e lubrificantes ficaram na segunda posição, com crescimento de 6,44%, seguidos por artigos farmacêuticos e médicos (6,19%).

A maior queda em volume de vendas foi no segmento de equipamentos e materiais para escritórios, de informática e comunicação (-17,49%), seguido de livros, jornais, revistas e papelaria (-2,96%) e veículos e motocicletas (-1%).

Fonte: DCI e onegociodovarejo.com.br
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