Escrava do Orgulho


ROMANCE CONTEMPORÂNEO


Valerie tinha sido delirantemente feliz durante seu breve casamento com Sean Hunter.

Mas era uma bailarina em início de carreira e não queria perder nenhuma oportunidade de brilhar no palco. Isso os separou.
Só que ela não voltou a dançar, pois logo descobriu que estava grávida.
Mudou de profissão, dedicou-se ao filho, tentou refazer a vida. Até que um dia, anos depois, Sean a reencontrou e ficou furioso ao conhecer o filho que ela havia escondido.
Agora, Valerie tinha de escolher: ou ia morar com ele, ou lhe entregava o menino.
Preferia morrer a abandonar o filho nas mãos de Sean, que ela odiava e desejava, ao mesmo tempo.
Mas, como suportar a vida ao lado de um homem que a desprezava?

Capítulo Um

— Hum, com este vestido você não vai passar despercebida. — Shelly sorriu maliciosamente para a amiga.
— Pode conquistar quem quiser, na festa.
Valerie Hunter se examinou no espelho do quarto. Os cabelos escuros estavam presos em cachos, deixando o rosto livre e ressaltando os olhos verdes, contornados por imensos cílios escuros.
O vestido de seda creme, em estilo grego, aderia a seu corpo esbelto e bastaria um mínimo de maquilagem para acentuar sua beleza natural.
— É a primeira festa a que vou há muitos anos — murmurou, apanhando um vidro de perfume.
— Mamãe! Mamãe! — Um garotinho entrou correndo no quarto, escorregando e olhando para Valerie com admiração.
— Mãe, como você está bonita e sensual! — Seu sorriso demonstrava pura adoração.
— Sensual? — Ela sorriu.
— Onde você aprendeu essa palavra, Michael?
— Na escola — ele respondeu com naturalidade.
— Mary Davie diz que eu sou sensual. Os cachos loiros e curtos de Shelly balançaram quando ela mexeu a cabeça, sorrindo. Ela e Valerie trocaram olhares de cumplicidade.
— Ele é bem filho do pai, Vai — disse Shelly calmamente.
Valerie sentiu uma pontada no peito ao pensar em Sean. Por que ele invadia seu pensamento exatamente quando sentia que começava a esquecê-lo? E como poderia esquecê-lo, tendo que olhar toda hora para Michael?
Seus cabelos eram castanhos, com os mesmos reflexos dourados dos do pai, e seu rosto lembrava os traços austeros de Sean, embora os olhos tivessem o mesmo tom esverdeado dos dela.
Apesar de já ter sido há quatro anos, ela ainda passava noites em claro, lembrando-se dos beijos possessivos de Sean, dos braços dele apertando seu corpo esguio, enquanto murmurava palavras de amor com aquela voz rouca.
Seu coração ainda batia toda vez que via um homem com cabelos castanho-dourados e com a mesma compleição larga de Sean.
— Que colar você vai usar? — A voz de Shelly ajudou-a a afastar aqueles pensamentos.
— Ainda não sei — respondeu, revirando a caixa de jóias. Então seus dedos tocaram uma pedra dura e fria. Tremendo, puxou uma fina corrente de ouro com um berloque de jade. “Combina com seus olhos de gato.”
Ouviu nitidamente a voz de Sean, como se ele estivesse junto dela, os dedos acariciando seus ombros nus. Antes que se deixasse dominar pelo nervosismo, Valerie prendeu rapidamente a corrente no pescoço, o berloque em forma de lágrima repousando no discreto sulco entre os seios.
— Deve ser Craig — disse Shelly, erguendo a cabeça ao ouvir o som da campainha. Levantou-se rapidamente.
— Deixe que eu atendo. Valerie apanhou a bolsa e se inclinou para dar um beijo na testa de Michael.
— Você será bonzinho com Shelly esta noite, não é? — Sorriu para o filho.
— Não se esqueça de recolher todos os brinquedos antes de ir para a cama, tá?
Chegou à sala de estar com um sorriso nos lábios.
— Oi, Craig!
Os olhos dele percorreram lentamente sua figura delgada.

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