A Arte da Vingança
Arrematando o que é dele por direito...
Reiko Kagawa conhece melhor do que ninguém o poder de sedução do negociador de arte Damion Fortier.
Todos sabem da trilha de corações partidos que ele deixa pelos destinos europeus mais glamourosos.
Reiko possui duas coisas que Damion deseja: a habilidade para encontrar dois quadros de valor inestimável que pertenceram à família dele, e seu corpo.
Ela não pretende colaborar de forma alguma.
Como Damien não está acostumado com belas mulheres ignorando sua atenção, decide elevar seu charme fatal á potência máxima para garantir que conseguirá exatamente o que deseja...
Capítulo Um
Daqui a três quilômetros e meio vire à direita. Damion Fortier ignorou de mau humor, a voz de seu GPS e acelerou o Bugatti Veyron pela estrada iluminada e ladeada de árvores que conduzia a Ashton Manor.
O velho duque, a quem brindara com bebidas e caviar durante toda a noite em seu exclusivo clube londrino, explicara a Damion como chegar até uma entrada pouco conhecida para a residência de campo de sir Trevor Ashton, em Surrey, e Damion fazia questão de usar essa entrada.
Faça a curva quando possível. Ele mal deu atenção para o aviso. Pouco depois, desacelerou e virou, entrando em uma estrada mais estreita. À frente podia ver os fundos da antiga mansão.
Os jardins desse lado da propriedade estavam muito mais descuidados do que os da parte da frente, que eram bem conservados para enganar os incautos.
Com impaciência, ele desligou o GPS com suas instruções insistentes para que fizesse a volta. Chegara ao seu destino.
A satisfação o dominou, ainda que se sentisse confuso. Levando em conta o dinheiro que gastara para obter o que queria, essa situação deveria transcorrer de modo muito mais tranqüilo. Aprendera muito cedo na vida que algumas pessoas só reagiam ao vil metal e esperava que dessa vez também fosse assim.
Entretanto, seus espiões já haviam visitado Ashton Manor antes e sido engabelados. Ele não podia aceitar tal coisa. Parou o carro no final do jardim dos fundos e desceu.
O aborrecimento deixava seus movimentos duros ao subir os degraus de pedra e se aproximar da mansão coberta de hera.
Apesar de envolta no manto negro da noite, seu estado de profunda decrepitude não podia ser disfarçado. Damion ouviu risadas femininas misturadas a vozes mais profundas. Rodeou um roseiral malcuidado e sentiu espinhos se prenderem à calça. Cerrando os dentes, fitou o tecido rasgado.
Inclinou-se para se livrar dos espinhos e praguejou em voz baixa quando um deles feriu seu dedo. Chupando a pele machucada e detendo o sangue, Damion se aproximou das altas janelas duplas da mansão em estilo georgiano.
Vários casais se encontravam do lado de fora da sala de estar, se preparando para partir. Sem dúvida haviam comparecido a uma reunião social; dois ou três cambaleavam pelo excesso de álcool. Damion examinou o grupo, mas não a viu logo. Retrocedeu para o atalho com a grama crescida, abandonando a idéia de se esconder.
Prestes a dar a volta e entrar pela frente da mansão, deteve-se ao ver uma silhueta lá dentro. Sua presença era silenciosa, os movimentos, graciosos, suaves, com a clara intenção de não chamar atenção. E mesmo assim, como se fosse hipnotizado, o grupo se voltou à sua aproximação.
A sala a iluminou. Damion prendeu a respiração e seu corpo estremeceu com as lembranças. Em qualquer outra mulher, o quimono branco que delineava o corpo dela pareceria simples e elegante... Sexy, mas sem agressividade.
Mas nela esse estilo fazia com que de imediato se olhasse para seus seios arredondados, para a cintura fina e a curva voluptuosa dos quadris.
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