O Amor Aconteceu


ROMANCE CONTEMPORÂNEO







Devia ter sido tão simples!

Tudo o que o arquiteto Sam Bradley pretendia era ir visitar os avós, mas uma nevasca obrigou-o a parar em uma fazenda que mais parecia abandonada. E ele havia acabado de encontrar Jemima e seus cães quando a energia elétrica acabou.
A falta de energia e a neve causaram alguns contratempos divertidos... e outros menos engraçados! Sam não era exatamente um homem do campo, mas era lindo, e sua força naquele momento de dificuldade foi uma verdadeira bênção divina. Foi fácil para Jemima apaixonar-se por ele... Difícil estava sendo resistir àquele desconhecido sedutor!

Capítulo Um

—Típico! E agora, para onde vou? Sam abriu a janela e uma rajada de neve o atingiu no rosto. Levando as mãos aos olhos, protegeu-os ignorando a dor provocada pelo vento gelado enquanto tentava enxergar a placa.
Inútil. Estava coberta pela neve que, empurrada pela ventania, aderia a todas as superfícies disponíveis... inclusive nele. Mesmo assim, tinha certeza de conhecer o caminho...
Pressionou um botão e a janela se fechou silenciosa, livrando-o do vento ruidoso. Suspirando, limpou a neve que havia ficado grudada em seu suéter. É claro que tinha a opção de sair do carro, mas a alternativa exercia tanto fascínio quando a ideia de rastejar nu por entre arbustos de urtiga. Talvez menos. Aborrecido, olhou através da vidraça para a imensidão branca.
— Pensei que só nevasse no Natal. Estamos em fevereiro! Virou o rosto para a frente. Com o sistema de aquecimento funcionando no máximo e os limpadores de para-brisa no estágio mais acelerado, era possível ver alguma coisa além do vidro... uma espécie de tapete branco que parecia não ter fim.
— Brilhante — resmungou. — Simplesmente brilhante. O rádio do carro buscou automaticamente a estação de notícias local, e teria sobrepujado o moderno CD, mas não havia nenhum som sendo produzido, e por isso ficou sentado e quieto, ouvindo Vivaldi e esperando que a nevasca perdesse intensidade. Meia hora se passou antes que a escuridão chegasse de repente, aumentando a força do vento que continuava transportando os flocos de neve.
— Talvez seja melhor acabar com isso de uma vez — decidiu. Pisou no acelerador lentamente, testando o controle de tração pela primeira vez no solo macio e escorregadio, e para seu alívio o mecanismo pôs o carro em movimento. Podia sentir o sistema automático verificando o poder das rodas, dando a elas a liberdade necessária para gerar movimento sem causar uma derrapagem.
Sam sorriu. Havia comprado um carro com mecanismo de controle de tração porque ficara cansado de atolar nas obras, mas sempre contara com os braços fortes dos operários e dezenas de alavancas para tirá-lo da lama quando necessário.
Mas ali... Ali dependia inteiramente da capacidade do automóvel, e embora ele houvesse passado no teste, pela primeira vez começava a duvidar de que chegaria na casa dos avós naquela noite e inteiro.
Era forçado a seguir em velocidade muito reduzida, porque o vento empurrava a neve contra o para-brisas, reduzindo a velocidade, e a espessa camada gelada que cobria o solo ainda era fofa, impossibilitando um progresso mais rápido. De repente o piso à direita do veículo pareceu mais rígido e ele arriscou pisar no acelerador com mais força.
— Finalmente estamos saindo do lugar!


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