Brincando Com Fogo


ROMANCE CONTEMPORÂNEO
O pai de Caroline queria casá-la à força com um americano rico,
com quem ele tinha negócios. Revoltada, Caroline resolveu fugir de Bilbao, na Espanha, onde morava, pensando em refugiar-se nas montanhas, na casa de sua antiga babá. Lá, ela encontrou Pio Viroda, um homem atraente e muito estranho, que também estava ali para se esconder de alguém. Embora Pio a amendrontasse, Caroline ficou ao lado dele. Mas, quando Pio a beijou, ela percebeu que tinha se apaixonado à primeira vista. E agora? Deveria confiar em Pio? Estava certo entregar-se de corpo e alma a um homem que talvez estivesse fugindo da polícia?

Capítulo Um
— Eu não vou casar com Billy Van Dorman e você não pode me obrigar! A voz de Caroline Morondo era alta e desafiante. Seu rosto estava vermelho, os olhos azul-escuros brilhavam e ela encarava o pai, Joseph Morondo, um industrial basco que era também membro do serviço público. Ele estava do outro lado do elegante salón de sua casa, nas vizinhanças da cidade de Bilbao, na Espanha. — Eu não vou ser obrigada! — Obrigada? — O rosto de Joseph era bonito, mas estava congestionado e vermelho. — Obrigada? — repetiu ele, fazendo uma pausa para tomar fôlego. — Caroline, eu sou seu pai e ordeno que você. . . — É este o problema — respondeu a filha rebelde. — Você está sempre mandando. Mas não tem o direito de mandar mais em mim. Não tem nenhum direito sobre mim agora. Já estou crescida. Sou uma pessoa adulta e tenho os meus próprios direitos. Só eu posso escolher com quem quero casar. — Não, enquanto depender financeiramente de mim — replicou Joseph, raivoso, e ela ficou tão pálida como se tivesse sido atingida por um tapa. — Você vai fazer o que eu mando e casar com o homem que escolhi. Ele se afastou, passando as mãos nos cabelos castanhos e macios que já começavam a ficar grisalhos nas têmporas. — Diós — murmurou. — Eu devia ter tido o bom senso de não deixar que Margareth me convencesse a mandar você para aquela escola inglesa. Você teria ido para um internato aqui na Espanha, onde as boas freiras lhe ensinariam como respeitar seus pais e a obedecê-los em tudo. — E me ensinariam também que devo casar com um homem que não amo? Duvido muito — retrucou Caroline e ele voltou a olhá-la de frente. — Amor? É sobre isso que estamos discutindo? Você quer me dizer que não vai casar com Billy porque não o ama? Por Diós, nunca ouvi uma bobagem tão grande em toda a minha vida! — Não é bobagem. É como eu me sinto! — Mas as pessoas não casam por amor — respondeu Joseph. — Casam por segurança, para terem uma companhia. . . — Foi por estes motivos que você casou com a minha mãe? — ela perguntou e percebeu que ele empalidecia. — Sempre acreditei que você a amasse muito. Tanto, que estava preparado para romper todas as tradições e casar com uma estranha, uma mulher estrangeira, uma inglesa que não ia lhe trazer fortuna nem bens, apenas a beleza que ela possuía. — Caroline, isso não tem nada a ver com o que estamos discutindo — disse ele, mal-humorado. — Não tem? Oh, eu acho que tem, e muito. Você condena a minha educação e acha que ela é a culpada pelo meu modo de agir. Mas eu me pareço mais com você do que pode acreditar. Não vou ser coagida a nada e não vou casar com Billy.


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