Ternura


ROMANCE CONTEMPORÂNEO
Um tio irresistível, uma criança travessa, uma mulher desesperada...
Pamela Hayes achou que valeria o sacrifício casar com Joe Brenner. Muito mais difícil seria lidar com a irrequieta sobrinha dele, apelidada de Lagartixa, que usava penas de gaivota nos cabelos e que a chamara de “feia”! Na verdade, Pamela precisava com urgência de uma nova identidade, para escapar de um matador de aluguel. Com certeza, ele não a encontraria naquela ilhota ao sul da Flórida, usando outro sobrenome. E uma vez que o casamento seria de mentira e temporário - até que Joe ganhasse a custódia da sobrinha -, talvez não fosse tão ruim assim. Aliás, observando bem o “marido”, poderia ser bastante interessante...

Capítulo Um
Nenhuma das mulheres que frequentavam o Shipwreck parecia o ideal de esposa para Joe Brenner. A multidão de sempre apinhava o bar: surfistas, estivadores, artistas desconhecidos, alguns marinheiros, pescadores profissionais, além dos amadores, sempre prontos a contar suas histórias sobre os peixes enormes que fisgavam. A clientela feminina se enquadrava em categorias semelhantes... integrantes da marinha, gatinhas de praia, vendedoras de artesanato. Joe conhecia pelo menos metade daquele mulherio. Quanto à outra metade, provavelmente não queria se dar ao trabalho de conhecer. — Ela estará aqui esta noite — prometeu Kitty, aproximando-se do balcão do bar, onde depositou a bandeja. — Preciso de duas batidas de pêssego e um uísque com soda. Joe desviou sua atenção da freguesia barulhenta e olhou vagamente ao redor do recinto pouco iluminado, onde predominava a decoração de estilos náutico e rústico. Seus olhos passaram rapidamente pelos pôsteres de ilhas tropicais nas paredes em direção aos vários ventiladores de teto, que agitavam o ar quente e abafado sem fazer muito para resfriá-lo. A sua frente, o balcão estendia-se para a esquerda e para a direita, como um forte de madeira que o protegia, chegando-lhe quase a altura do peito. Kitty, a líder de suas garçonetes, aguardava para levar mais um pedido. Apesar do calor opressivo, sua pele bronzeada não apresentava sinais de transpiração, seus cabelos tingidos de loiro estando apenas um tanto úmidos junto à fronte. — Duas batidas de pêssego e um uísque com soda — repetiu ele, munindo-se das garrafas e dos copos necessários para servir os drinques. — A que horas você lhe disse que viesse? — Não mencionei horário. Ela vai chegar quando achar que deve, certo? — Este é assunto é importante, você sabe. — Se é assim tão importante... — começou Kitty, colocando as mãos na cintura esguia — ...por que não se casa comigo? Sorrindo, Joe foi colocando os copos com as bebidas na bandeja. — E isso me tomaria o que? Seu quarto marido? — Quinto, mas quem está contando? — Sabe que a adoro, não é, Kitty? O problema é que você é exatamente o que não preciso no momento. — Sim, nem me fale... — Ela retomou o sorriso e afastou-se, equilibrando a bandeja numa das mãos, enquanto se aproximava de uma das mesas repletas de fregueses. Joe observou-lhe o movimento dos quadris com distanciada admiração. Kitty tinha curvas exuberantes e vestia-se de maneira a ressaltá-las... naquela noite usava uma camiseta justa e um shorts vermelho.


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