Outra foto de Cartier-Bresson


Gueto de Varsóvia, 1931 - Fonte: Veja (27-10-99) Um homem feio me estende a mão. Assim: na minha cara. Tipo de atitude que obriga reação. A dar o que ele quer. Como estava no século 20 e eu, no 21, dei-lhe olhos marejados na livraria de manhã. Retinho feito um soldado ou uma estátua retinta, o homem feio de barba embolada exibiu sua pobreza com toda a envergadura bem diante de mim. "Eis o que sou: pobre." "Eis o que tenho: nada." Chorei triste: há gente desse jeito aqui. Chorei de alívio: a miséria, frequente lá fora, me aflige. Chorei vermelha: não posso fazer coisa alguma. (Como não faço pelos de agora.) Podia ser um ator posando, travestido de pedinte. A legenda, porém, não permite: "Gueto de Varsóvia, 1931". O homem feio foi de verdade. Sua impotência existiu. E hoje, anos depois, me confronta, me atiça, me atinge. Jew in Green (1914), Marc Chagall - Fonte: WikiPaintings Siga A Católica com bloglovin'!

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