Eu tenho esse bloqueio, não escrevo nada há tempos. Mas é que, sabe como é, tô aqui sozinha e tô ouvindo rádio. Rádio sempre acaba com tudo. Aquela eterna mágica de só tocar aquele tipo de música antiga, que dá vontade de chorar enquanto o dia se transforma em noite. Esses meus blablablas poéticos, sempre meus blablablas poéticos.
É incrível se apaixonar pelo seu melhor amigo, sabia? Antes de dormir, abrir a janela, ficar admirando as estrelas e falar qualquer coisa. Qualquer comentário idiota, daqueles que só se faz pra melhor amigo. Pior, pra melhor amiga. Tagarelar, relembrar, contar histórias, falar das nossas crenças, das descrenças. Ou permanecer em silêncio, tão só e unicamente. Abraçadinhos. Ah, como sou idiota. Você tá longe há que, algumas horas? Poderia justificar que são as primeiras horas de alguns dias, mas foda-se a idiotice. Ah, cara... você é meu fucking príncipe encantado! Sabe nos filmes, quando marcam encontro em um lugar movimentado e ao se encontrarem ainda distantes abrem um sorriso mais largo que a mais larga avenida? Então, você é esse meu sorriso. Também é aquele tal que no final de um carnaval inteirinho e daquela festa cansativa, deita no meu colo na beira da piscina, e diz: você é minha companheira. Ah, meus olhos ficam marejados. Que tolinha eu sou, que tolinha eu sou. De vez em quando, nesses meus bloqueios em que não escrevo uma rima mal feita em meses, fica ressoando dentro dessa minha cabecinha de vento aquela frase de Caio "uma vez me disseram que eu jamais amaria dum jeito que 'desse certo', caso contrário deixaria de escrever". Nessas horas eu me pergunto, e isso importa? Ah, como é bom adormecer contigo. Tanto quanto é bom o sorriso que vamos abrir daqui uns dias quando 'cê voltar. E que junto com a tolice, foda-se também a saudade! Escrevo, choramingo, fico ouvindo música, visto sua camisa. Publico. Não importa, só reporto.