trabalho de filosofia


Deve ter sido por volta dos 12, quando já ao anoitecer eu botava aquele CD para tocar pela milésima vez. E cantava... E como cantava aquela tal de Geração Coca-Cola tendo dentro de mim todo rebuliço que julgava ser capaz de mudar o mundo. Ou ainda aos 13, quando criei um blog pra contar uma decepção amorosa, blog este que alimento com minhas catarses até hoje.
Quem sabe aos 14 quando ganhei uma bolsa de estudos no melhor colégio que poderia existir e lá via um dos donos-diretor no intervalo catando o lixinho dos desleixados que o deixavam por lá, dando o exemplo. Contagiada pelo bom dia que a gente recebia de cada um ao chegar lá, ou no cafézinho da sala dos professores que a gente pegava sorrateiramente com aquela cara de pau inigualável. Também quando via o brilho nos olhos em dar aula daqueles, principalmente daquele, professor-dono-diretor. Me emocionava. "Quero isso pra mim", eu pensava. Ah, mas eu quero!!!
O colégio era chamado Único, lá cada um era assim, como dizia o nome. Não era feito de funcionários, professores, alunos... Era feito de gente, gente feliz! (((slogam único))). O patrono do Único era Paulo Freire, e como ele o descreveu perfeitamente mesmo sem saber: "Ora, é lógico.../ Numa escola assim vai ser fácil / estudar, trabalhar, crescer / fazer amigos, educar-se, ser / feliz".
Quicá tenha sido nos intervalos do meu segundo ano do ensino médio, quando devorava aquele livro de filosofia e me encantava por cada nova corrente de pensamentos que conhecia... "Quem, de três milênios, não é capaz de se dar conta, vive na ignorância, na sombra, à mercê dos dias, do tempo" me indagava ainda no prefácio Johann Goethe. Escolhi mergulhar: psicologia, filosofia, história, letras, ciências sociais. Um de cada vez, comecei pelo qual financiaria os outros. Assim mesmo: necessariamente CAPITALISTA. "Em letras grandes de neon" como diz Caio Fernando de Abreu. Outro que me inspirou, desta vez na escrita.
Talvez, quem sabe, quando pisei na Academia Brasileira de Letras publicando um livro com uma poesia minha. E dentre as 60 da coletânea ver entre as 5 eleitas por Elisa Lucinda para declamar estava a minha. Ou ainda nenhum desses, e ainda todos estes. E cada derrota, e cada chororô, e cada barreira, e cada página em branco que abria no blog quando o mundo que carregava (e carrego) nas costas parecia mais pesado do que a menina de 1,55cm aqui conseguia aguenta. E a cada pessoa nova que se pontua ao final de cada um desses posts.



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