Tela: Sokea Soittoniekka (1922), Alvar Cawen Toque seu violino, velho judeu. Suas melodias estranhas são do agrado de Deus. Você tem direito à música: tão sua quanto do Sinatra. Não importa a corda arrebentada, nem a vara empenada. Empurre a barba, aperte os lábios, encha de som essa quadra. Uns fecham a cara, o menino corre assustado, outros têm piedade, a senhora deixa uma prata. Apenas toque, pra espantar a fome, esquecer a pobreza, fingir que tem nome e companhia à mesa. O dia não finda, a chuva enfraquece, alguém se comove e lhe faz esta prece: em memória dos seus, continue. Toque mais, velho judeu.
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