{RESENHA} Psicose • Robert Bloch



Se alguém colocasse 40 mil dólares na sua frente, o que você faria? Marion Crane, de vida mediana com quase todas as possibilidades de ascensão podadas pela vida, se vê nesse dilema e opta pelo que não é certo: rouba essa quantia após o expediente, entra em seu carro e segue em direção à casa de seu namorado à distância. Dado certo momento, a chuva cai torrencialmente, se perde e precisa se hospedar em algum lugar. Felizmente - por ora - há um lugar aberto, o Motel Bates. É aqui que acontece toda a história.
Quem dirige esse motel é Nornan Bates, um sujeito solteiro perto de seus 40 anos, de baixa estatura e meio gordinho. Afundado em livros, tem como paixão a taxidermia e tem uma ligação muito forte com a mãe. Dirige sozinho o motel, agora praticamente sem circulação devido a uma nova estrada na região. Todo mundo sabe que ele é estranho, mas ninguém tem a dimensão do quanto.

Li o livro sem fazer a menor ideia da sinopse. Nunca vi o filme também (agora vi, mas somente depois do término da leitura) e só tinha conhecimento da cena clássica do chuveiro. Me senti apreensiva o tempo todo enquanto lia, principalmente à noite (rá!). É um livro curto, com uma escrita cativante que flui e que super merece o título de clássico do horror.
Norman não gostava de se barbear por causa do espelho. Havia linhas curvas nele. Todos os espelhos pareciam ter ondas que feriam sua vista.

Eu acho que todos nós somos um pouco loucos de vez em quando.

Claro, o tempo é relativo. Einstein disse isso, e ele na fora o primeiro a descobrir — os antigos também sabiam, assim como alguns místicos modernos, como Aleister Crowley e Ouspensky. Tinha lido todos, tinha até alguns livros deles. A Mãe não aprovava; dizia que essas coisas eram contrárias à religião. Mas esse não era o verdadeiro motivo. Era porque, quando ele lia esses livros, não era mais o filhinho dela. Era um adulto, um homem que estudava os segredos do tempo e do espaço, e sabia os segredos da dimensão e da existência. Era como se fosse duas pessoas, na verdade — a criança e o adulto. Quando pensava na Mãe, ele voltava a ser criança, usava vocabulário de criança, referências e reações infantis. Mas quando estava sozinho, não; em verdade, não sozinho, mas afundado em um livro, era um indivíduo maduro.

SOBRE O AUTOR

Robert Bloch foi um conceituado escritor norte-americano, mais conhecido pelo seu romance de horror Psicose (1959). Posteriormente a história foi adaptada para cinema pelo célebre realizador Alfred Hitchcock. Foi também conhecido como roteirista e um autor prolífico no gênero da ficção científica. Bloch foi por diversas vezes galardoado, tendo recebido um Prémio Hugo, um Bram Stoker Award e um World Fantasy Award.
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