Ser mulher e fotografar para contar: o caso Isabel Muñoz

Isabel Muñoz é uma fotógrafa Espanhola mas na verdade faz parte daquela categoria de pessoas que são verdadeiramente cidadãs do Mundo. Aqui há tempos discutia eu com alguém porque é que o filme "Lost in translation" só poderia ter sido realizado - como disse a minha irmã a Lindinha, e muito bem - por uma mulher. E há livros que só podiam ter sido escritos por uma mulher. E julgo que também não será exagero dizer que há fotos que só poderiam ter sido tiradas por uma mulher. Isabel Muñoz é uma mulher assim, alguém que dota as suas chapas de um toque feminino. Uma das suas exposições chamada precisamente "Toques", deu-lhe fama Mundial. Depois disso seguiram-se viagens em modo vagabundo. De cada palmo de terra, trouxe imagens. Dos lutadores de capoeira no Brasil, das tribos em África que se aglomeram em marcas do corpo, das danças latinas de corpos encostados, and so on até hoje. Algures entre Cuba e o Irão, por exemplo. A missão de juntar os povos e preferir os oprimidos. E sempre a preto e branco, como o amor realmente deve ser, desprovido de zonas cinzentas. Um sacana nunca poderia aceitar formas de amor banal.