Emoção Secreta


ROMANCE CONTEMPORÂNEO

Meg tinha ido para a ilha à procura de paz e esquecimento.

Era estranho, mas agora que estava presa a uma cadeira de rodas, sentia-se mais feliz do que antes, quando era a louca e extravagante Margaret Cairns, pantera das colunas sociais. Não podia andar, mas nada lhe faltava. Amor?
Não pensava nisso. Nem sentia falta. Pelo menos, até aquela noite chuvosa, quando um estranho entrou em sua cabana, despertando em Meg emoções adormecidas.
Paul Moreton chegou para acabar com sua paz e fazer com que se sentisse novamente mulher. Mas ela não era uma mulher inteira; não tinha o direito de desejar um homem ou sonhar com uma família.
Paul nunca devia saber de sua paixão sem esperança!

Capítulo Um
— Já estamos chegando? — perguntou Chris, mal-humorado.
— Não tenho certeza — respondeu Paul. — Acho que errei o caminho. Por que não tenta dormir mais um pouco? Acordo você assim que a gente chegar.
O garoto balbuciou qualquer coisa, abraçando-se ao travesseiro e mantendo-se afastado do pai o mais que podia. Com um misto de ternura e mágoa que Chris sempre lhe despertava, Paul olhou-o, desejando que o filho confiasse mais nele. Gostaria que Chris se aninhasse junto a seu corpo, em vez de apoiar a cabeça na porta do carro, permitindo que fizessem a viagem abraçados, naquela noite chuvosa. Deu um suspiro profundo, pensando se esse dia chegaria alguma vez.
O psiquiatra do hospital tinha dito que ia levar tempo para Chris ganhar confiança. Tempo e paciência... Paul tinha ambos. O que não sabia, naquele tempo do hospital, era que a rejeição contínua do filho fosse feri-lo tanto. Amava o garoto, mas Chris deixava dolorosamente claro que não queria esse amor. Tinha pensado dezenas de vezes no assunto, sem nunca chegar a um resultado prático. Para dizer a verdade, de nada adiantara. Ao menos, o garoto agora havia adormecido outra vez.
Devia estar cansado... e isso era o que os médicos menos recomendavam. Paul bateu com a mão no volante, num gesto de frustração total. Não podia culpar ninguém, a não ser a si próprio, pela situação em que se encontravam. O avião tinha demorado a sair de Toronto; uma denúncia de uma bomba a bordo obrigou a que revistassem o aparelho de uma ponta à outra. Por isso, já chegaram atrasados a Halifax.
Lá, houve um malentendido ao alugar o carro, que os prendeu por mais uma hora e meia. O que devia ter feito era ir direto para Halifax e dormir num hotel, para ter certeza de que Chris passaria uma noite tranquila. Mas o menino queria chegar ao mar e ele próprio estava ansioso para se afastar das cidades. Então, telefonou para a pensão onde tinham feito as reservas e recebeu uma série de explicações complicadas de Rose Huntingdon, a proprietária.
— É muito fácil, sr. Moreton. Não tem como se perder.
Não havia dúvidas de que ela se enganara, pensou Paul, irritado e pisando fundo no acelerador. Não fazia a menor ideia de onde estava, ou qual a direção a tomar. Cerca de cinco quilometros atrás, tinha virado à esquerda, na ponte, seguindo as instruções da sra. Huntingdon.


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