Quem ama Perdoa


ROMANCE CONTEMPORÂNEO








Todos falavam, mas Sandie seria mesmo uma mulher volúvel, que se atirava nos braços de todos os homens, sempre à procura de novas e excitantes emoções?
Ou era uma garota incompreendida, querendo ser amada por Carlton, viúvo fascinante e experiente, com idade para ser seu pai?
Carlton tinha medo de viver uma aventura com uma garota de vinte anos, por isso queria fugir, fugir para bem longe da tentação que o arrastava em direção ao corpo jovem de Sandie. Mas, como fugir?
Os dois estavam sozinhos, naquela casa à beira-mar… Existiria força no mundo capaz de impedir o clímax daquela paixão?
Capítulo Um

Sandie Adams colocou cuidadosamente as xícaras e bules no carrinho, contando mentalmente o número de pacientes.
— Pronto. Vinte e três, porque a senhora Curtis ainda não recebeu permissão para ingerir líquidos.
Pat Upton, sua amiga, estava resmungando, como sempre. Sua voz, para uma enfermeira, era um pouco estridente demais e ecoava pelos corredores do hospital, sendo impossível não ser notada pelas pessoas que se encontravam por perto.
— Continuo a achar que isso não está certo… uma terceiranista ter que preparar o chá! Este é um serviço para as novatas — disse ela, exasperada, jogando uma mecha de cabelo louro para trás.
Apesar de ainda estar cursando o segundo ano da faculdade de enfermagem, Pat considerava-se uma veterana, e incomodava-lhe o fato de que Sandie, sua colega do terceiro ano, não se importasse em executar tarefas subalternas que ocasionalmente apareciam em seu caminho.
Sandie, como sempre, fazia o possível para acalmar a amiga exaltada.
— Eu gosto de preparar o chá. De qualquer modo, faz parte da profissão. Se você estivesse no lugar desses pacientes, uma xícara de chá para reanimá-la seria mais do que bem-vinda! — Seus olhos azuis brilharam ao dizer: — Se você se comportar, eu deixarei você lavar as xícaras mais tarde!
— O quê? — exclamou Pat com voz estridente. — Isso não é serviço para uma enfermeira da minha categoria! Você… você gosta de me assustar. Já está quase na hora do Hunter chegar, não é? Com certeza ele também vai querer uma xícara de chá.
— Sir Carlton Hunter, Pat, não Hunter — corrigiu Sandie gentilmente, mas Pat retrucou:
— Que diferença faz? De qualquer jeito ele não deixa de ser uma pessoa convencida e orgulhosa.
Sandie suspirou.
— Todos os médicos sentem que é preciso manter uma certa distância no campo profissional. Você sabe disso. — Ela segurou com a mão alguns fios de cabelo escuro que haviam escapado do grampo que segurava o gorro.
— Sim, mas ele é mais distante que os outros — prosseguiu Pat. — Acho que tem alguma ligação com o fato de ele ter sangue espanhol correndo nas veias.
Sandie não fez nenhum comentário. Há muito tempo ela já havia desistido da ideia de tentar descobrir como sua amiga conseguia estar sempre em dia com os detalhes mais íntimos da vida do pessoal do hospital. O sangue espanhol, refletiu ela, era o responsável tanto pelo orgulho como pelos olhos escuros e expressivos. Ela não considerava sir Carlton, o novo chefe da Ginecologia, mais distante e orgulhoso que a maioria dos outros médicos graduados. Está certo que ele sempre mantinha uma certa distância, mas sendo uma simples estudante de enfermagem, ela não podia esperar que ele a notasse.
— A esposa dele era muito bonita — a voz de Pat interrompeu os seus pensamentos.
— “Era” bonita? — Sandie ergueu as sobrancelhas, espantada. Pat balançou a cabeça afirmativamente.
— Ele é viúvo… mas nem por isso deixa de ser alegre e jovial, compreende?
— É melhor nos apressarmos. O chá vai esfriar se demorarmos muito e eu ainda tenho que estudar alguns casos.
— Você e o seu estudo!

  • Love
  • Save
    Add a blog to Bloglovin’
    Enter the full blog address (e.g. https://www.fashionsquad.com)
    We're working on your request. This will take just a minute...